Entenda como funciona a taxa de juros na economia e como ela pode interferir nos seus investimentos em 2023.

O que é a taxa de juros? Aprenda como isso influencia a sua vida

A taxa de juros é um dos principais conceitos no mercado financeiro necessário para calcular o quanto uma operação pode gerar de lucro ou de prejuízo. Em 2023, discussões acontecem sobre como ficarão os valores dessas taxas e deixam os brasileiros em alerta.

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O que é a taxa de juros?

O juro, ou a taxa de juros, é uma porcentagem aplicada a um valor cedido durante um determinado período de tempo. De acordo com o Banco Central (BC), é uma espécie de aluguel que se paga sobre uma quantidade de dinheiro emprestado. 

Atualmente existem instituições financeiras, como os bancos, que são a conexão entre quem quer investir e quem precisa de dinheiro emprestado. 

Para essa troca acontecer é necessário que se cobre uma quantia a mais de quem pega esse dinheiro. Afinal, o serviço da instituição precisa ser remunerado e o investidor aplicou uma quantia naquele local com a intenção de receber um valor a mais.

Desde quando os juros existem?

Os juros fazem parte do dia a dia e poden ser observados desde as primeiras civilizações, na Babilônia em 2000 a.C. Não se cobrava taxas naquela época com dinheiro, mas sim com produtos, como as sementes, que eram uma espécie de moeda muito comum.

Ainda na Babilônia, criou-se a primeira empresa de banqueiros com arrecadação de juros através de técnicas mais desenvolvidas. Para essa instituição ter uma renda, havia a prática de altos juros pelos empréstimos do dinheiro que tinham.

Como calcular os juros no Brasil?

O cálculo dos juros é feito pela divisão do valor a ser pago ao final do período estipulado, que geralmente é de um ano, pelo valor do dinheiro que foi emprestado. 

Por exemplo, se o juros cobrado em um empréstimo no valor de R$1000 for R$80, representa que a taxa recolhida será de 8%, ou seja, 80/1.000 = 8%.

Todavia, existe uma ferramenta para aqueles que não conseguem fazer todas essas contas. A Calculadora do Cidadão é um mecanismo criado pelo Governo Federal para ajudar as pessoas a calcular as taxas referentes aos juros, sejam eles de qualquer tipo. 

Quais são os tipos comuns de taxa de juros?

Os tipos mais comuns de taxa de juros no mercado financeiro são a simples, a composta e a básica. Sendo assim, para cada tipo de transação financeira aplica-se uma taxa diferente, a depender do tempo que levará para a dívida ser sanada e do valor. 

Taxa de juros simples

Aplica-se a taxa de juros simples somente sobre o valor do dinheiro inicial, ou seja, o valor investido ou emprestado. Com isso, a quantia tomada no tempo estipulado será sempre a base para que os juros sejam cobrados nos próximos períodos. 

Por exemplo, se o valor do empréstimo for de R$1.000 e o juros for de 6% ao ano, a quantia devolvida no final dos 12 meses será os R$1.000 iniciais + R$60 de juros. 

Juros compostos

Muitas pessoas ficam apreensivas quando o assunto é juros compostos, e essa preocupação não é à toa, principalmente quando se pensa em dinheiro a ser pago. 

Isso acontece porque essa taxa é referente aos juros sobre os juros, ou seja, o que deve ser pago não será apenas sobre o valor inicial, mas sobre o valor inicial acrescido de mais juros. 

Por exemplo, suponha-se que um empréstimo seja feito a um consumidor no valor de R$100 reais a uma taxa de juros composto de 6% ao ano. 

No primeiro mês haverá R$6 de juros e um total de R$106, mas no próximo mês o juros cobrado não será em cima do valor inicial de R$100, mas sim em cima do valor de R$106, ou seja, 6% de R$106, e assim sucessivamente.  

Taxa Selic

Conhecida também como taxa básica de juros, Selic é a abreviação para Sistema Especial de Liquidação e de Custódia. Essa taxa é a mais comum dentro do mercado financeiro brasileiro e determina se o crédito será mais ou menos acessível aos consumidores.

Assim, a Selic é a base para influenciar outras taxas de juros dentro do Brasil, cobradas por bancos. Ela pode ser aplicada em diversas operações financeiras, como: 

  • cheque especial;
  • empréstimos;
  • consignados;
  • parcelamentos;
  • investimentos.

Para definir o valor da taxa básica de juros, existe um Comitê de Política Monetária do Banco Central, o COPOM, que realiza 8 reuniões por ano, com duração de dois dias cada.  

Nessas reuniões, que acontecem a cada 45 dias, é definido se a taxa vai se manter a mesma, se vai aumentar ou se vai diminuir, de acordo com o momento atual da economia. 

Como a taxa de juros básica influencia na inflação?

A taxa de juros básica é uma contrapartida para driblar a inflação e manter a economia o mais estável possível para os consumidores. Assim, conforme a inflação aumenta, a taxa básica também a acompanha.  

Dessa forma, para proteger seu dinheiro da inflação, a taxa de juros deve andar junto com o índice para que o país não entre em uma crise econômica e não afete de forma significativa a vida financeira das pessoas:

O que é a inflação?

Inflação é um termo utilizado para definir a crescente dos preços na sociedade e simboliza que o custo de vida está mais alto para as empresas e para os consumidores. Assim, o aumento se dá por causa da alta nos valores dos produtos e na desvalorização da moeda. 

É possível sentir a inflação no dia a dia com a alta em produtos comuns, como o arroz, feijão, carne, cebola, combustível e o transporte.

Para a inflação ser controlada, existem alguns artifícios que são aplicados para que a vida do consumidor não seja totalmente prejudicada, como:

  • taxa de juros Selic;
  • reajuste no salário mínimo;
  • controle de gastos do governo; 
  • expandir a capacidade produtiva, que aumenta a oferta e reduz preços.

No Brasil, o principal índice que indica a inflação é o IPCA, Índice de Preços ao Consumidor Amplo, que é divulgado todos os meses pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Como os investimentos são impactados com a taxa de juros?

A alta da taxa de juros geralmente impacta em investimentos de renda fixa, que oferecem uma rentabilidade toda baseada no valor da Selic. 

Quando a inflação está em alta, a taxa de juros básica é elevada também para tentar frear a economia. Para isso acontecer, o crédito fica mais caro, desacelera o consumo e a produção e assim há maiores resultados para incentivar os investimentos. 

Assim, para aqueles que investem em fundos de renda fixa, que é a modalidade de aplicação mais procurada no mercado, a alta na taxa básica de juros pode ser uma boa oportunidade. 

A alta na taxa de juros será uma boa possibilidade para quem quer fazer dinheiro com investimentos. Foto de domínio público em Pxhere.

Entenda a renda fixa

A renda fixa é um tipo de investimento que tem uma rentabilidade previsível, ou seja, quem investe já tem as regras de remuneração definidas no momento em que aplica o dinheiro. 

É um dos tipos mais recomendados para quem está começando a investir para ter independência financeira, porque é mais seguro, garantido e tem um bom lucro. 

Tipos de renda fixa

Dentro desse tipo de investimento existem várias formas de injetar dinheiro, que podem variar de acordo com os objetivos, rentabilidade e perfil de quem está investindo. Os exemplos mais populares para aplicar em renda fixa são:

  • tesouro direto;
  • CDB;
  • poupança.

Renda variável

Ao contrário da fixa, a renda variável é um tipo de investimento que não há como prever a rentabilidade no momento em que se está aplicando. 

O valor vai variar de acordo com o que acontece no mercado financeiro, assim como a remuneração que virá desse tipo de investimento.

Existem diferentes formas para aplicar dinheiro dentro da renda variável, que vão desde os tipos mais simples até os mais complicados, são eles:

Qual será o comportamento da taxa de juros em 2023?

Para o ano de 2023, o esperado é que a taxa de juros básica não diminua tão cedo, principalmente por causa do cenário global de inflação e de dúvidas na política. 

Em março de 2021 a Selic estava em 2% ao ano, mas desde então foi possível observar um processo de aumento da taxa pelo Banco Central. Ao final de 2023, com progressivas altas durante dois anos, essa taxa chegou a 13,75%. 

Portanto, para aqueles que desejam investir em 2023, será melhor aplicar em algum dos tipos da Renda Fixa, já que passam a render mais com a alta da Selic.

Foto de formulário PxHere

Brasileiro, investidor curioso de renda variável, professor de pós-graduação na PUC Minas na área de Marketing Digital, atua como Consultor de Marketing Digital e Gestão de CRM atendendo empresas de diversos portes. Tem formação em Business Marketing pela Ohio University, Gestão de Pessoas e Especialista em Desenvolvimento Web pela PUC Minas e Produtor Multimídia pela UniBH. Também é fundador do Diário de Investimentos, Aplicativo Tricks (Guia Radical) e da Digitow - Plataforma de Digitação. No tempo livre é fotógrafo, viajante no mundo e praticante de esportes radicais. blogueiro no portal de experiências CV do Fábio.
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