Você precisa realmente entender sua situação financeira. Dentre os consumidores brasileiros, quase metade não organiza as próprias finanças. Em outras palavras: quase metade dos consumidores brasileiros não cuida do próprio dinheiro de forma a tornar sua vida financeira mais sustentável.
A consequência disso é uma mentalidade “o que os olhos não vêem o coração não sente”. Exceto que sente, sim: quando você precisa pensar em dinheiro, aquilo se torna algo que causa ansiedade e, em casos extremos, como o de endividados, até depressão.
Mas não precisa ser assim. Existem atitudes simples que, se forem feitas regularmente, tornam menos estressante o cuidado com as finanças. Montamos uma listinha com coisas que você pode fazer ainda essa semana para começar esse caminho.
2ª feira: descubra quanto você ganha (15 minutos)
Você sabe seu salário líquido, mas consegue falar, de cabeça, quanto entra na sua contato do mês? Olhe para o seu último holerite – e crie o hábito de fazer isso todos os meses – para entender exatamente quanto ganha. Se você trabalha como autônomo e recebe de forma irregular, amplie o período: pegue uma média dos seus ganhos ao longo dos últimos 6 meses. Em qualquer um dos casos, some também quaisquer outras fontes de renda.
Também é possível utilizar uma planilha gratuita para gerenciar recebimentos para começar este processo.
3ª feira: Descubra quanto você gasta (30 minutos)
“Ah, eu acho que gasto mais ou menos o que eu ganho, um pouquinho pra cima, um pouquinho pra baixo”. Então é hora de descobrir esse número de verdade. Olhe para a última fatura do seu cartão de crédito e o extrato da sua conta no mesmo período.
Também é possível utilizar uma planilha gratuita para gerenciar gastos para começar este processo.
4ª feira: Organize seus achados (45 minutos)
Mesmo que você tenha uma memória excelente, crie um controle visual das suas finanças – pode ser numa tabela, ou num caderno, por exemplo. Coloque a renda e os gastos lado a lado e descubra qual é a diferença entre eles. Esse valor está sendo guardado ou investido? Se não estiver, para onde ele está indo? Você gostaria que essa quantia aumentasse? Essas perguntas são importantes porque te ajudam a traçar metas para os próximos meses.
5ª feira: Categorize suas despesas (30 minutos)
Há diversas formas de fazer isso. Você pode ser mais generalista e classificar entre “essenciais” e “diversão”, mas, se estiver em busca de aumentar o dinheiro que sobra no fim do mês, vale a pena separar de forma mais detalhada. Por exemplo:
- Moradia: aluguel, condomínio, contas da casa, IPTU;
- Dívidas: financiamentos, parcelas atrasadas, empréstimos;
- Alimentação: restaurantes, mercado, apps de comida;
- Casa: produtos de limpeza, faxina;
- Saúde: farmácia, convênio, consultas;
- Educação: cursos, material escolar;
- Serviços: internet, plano de celular, streamings, TV a cabo;
- Lazer: compras, passeios, viagens;
- Transporte: apps de carro, gasolina, transporte público, aluguel de bicicleta.
6ª feira: Trace um plano (30 minutos)
Com esse levantamento, some quanto está gastando em cada categoria. Se você pretende economizar mais, é hora de descobrir onde há margem para cortes – você não vai cortar despesas vindas de dívidas, por exemplo, mas pode descobrir que não usa tanto a TV a cabo desde que assinou o streaming, por exemplo.
Há muitas maneiras de estabelecer um plano de organização financeira – um deles é a regra 50-15-35, que pressupõe dedicar 50% do seu dinheiro para gastos essenciais (moradia, saúde, transporte etc), 15% para prioridades financeiras (pagar dívidas e guardar dinheiro) e 35% para estilo de vida (alimentação, lazer, serviços).
Não significa que você tenha que seguir esse plano à risca. Talvez as porcentagens tenham que ser ajustadas, talvez o seu conceito de o que é importante seja outro. O importante é ter algum tipo de plano estruturado.
Pode parecer difícil no começo, mas, como com tudo, fazer um planejamento financeiro vai ficando cada vez mais fácil conforme se pratica.