Nesse sentido, empresas ESG (sigla em inglês para Environmental, Social and Governance) – em português, aspectos relacionados ao meio ambiente, social e de governança. – têm foco não apenas na sustentabilidade ambiental, mas também preocupações sociais, tanto internamente quanto externamente. Isso significa desde promover um quadro de funcionários racialmente diverso até garantir que seus fornecedores tenham preocupações ecológicas.
É crescente o número de gestoras que buscam incorporar o universo ESG às suas análises, seja por meio da adesão a iniciativas como GRI (Global Reporting Initiative, organização internacional) que ajuda empresas e governos a entender e comunicar seus impactos em questões como mudança climática, direitos humanos e corrupção) ou PRI (Principles for Responsible Investment, rede internacional de investidores apoiada pela ONU, que trabalha para incorporar questões de ESG às decisões de investimento), seja pela criação de um sistema de notas próprio na hora de analisar empresas tendo em conta critérios ambientais, sociais e de governança.
Por que ESG?
Ao contrário do que muita gente pensar, a adesão aos critérios ESG não é somente uma questão moral, mas também financeira. Toda análise de investimentos utiliza-se de diversas variáveis, esta se tornou mais uma.
A principal razão para que muita gente de fato adote os critérios ESG na sua análise é simples: uma empresa que não monitora com seriedade o risco de um desastre ambiental, por exemplo, pode perder valor significativo caso ele aconteça.
As ações da Vale, por exemplo, demoraram mais de um ano para voltar ao valor anterior ao rompimento da barragem de rejeitos em Brumadinho – isso para não falar do sentimento envolvido em ser sócia ou sócio de uma companhia diante das questões ambientais e sociais desastrosas envolvidas.
ESG no Brasil
No Brasil, os parâmetros ESG estão em seu estágio inicial. As áreas que cuidam do assunto nas empresas são pequenas, quando existem, e a maior parte delas respondem a demandas de investidores globais localizados fora do Brasil, que estão integrando esses parâmetros em seus próprios processos de investimento.
Historicamente, investidores têm se concentrado em assuntos reputacionais e escândalos de corrupção. Consequentemente, a principal área de interesse para investidores brasileiros tem sido a governança corporativa.
Como investir em empresas ESG?
Há diversas opções de fundos de ações sustentáveis, que selecionam empresas que atendam critérios de desenvolvimento sustentável. A própria B3, a bolsa brasileira, tem um índice que reúne 30 companhias com padrões de governança verificados, o Índice de Sustentabilidade Empresarial.
Lá fora, há ETFs — como o lançado pela BlackRock, o iShares MSCI ESG Screened, para acompanhar papéis ESG. Ainda no exterior, o Índice Dow Jones de Sustentabilidade afere empresas preocupadas com meio ambiente e questões sociais.