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Como descobrir a correlação nos investimentos e usá-la a seu favor

Como analisar a correlação nos investimentos

A correlação nos investimentos é um indicador muito usado no mercado financeiro e pelos acionistas na bolsa de valores. Existe um segredo por trás dele que faz toda a diferença na hora de prever os riscos da operação.

Muitos se queixam dos riscos ao investir em ativos financeiros. Por isso, ao entender tudo sobre a correlação, você diminuirá as chances de perda de dinheiro. Então, leia este artigo e cuide de sua vida financeira.

O que é a correlação nos investimentos?

A correlação nos investimentos é a comparação do comportamento entre diferentes ativos. Pode ser usada tanto para duas ações, como para relacionar classes inteiras de investimentos.

É muito difícil encontrar ativos que sejam perfeitamente positivos ou negativos, porque o mercado financeiro vive de variações que podem mudar muito em cada atividade, dependendo da situação da economia e de cada empresa.

Seu uso na construção de uma carteira de investimentos

A correlação nos investimentos é analisada tendo em vista o maior retorno possível com o menor risco. Para isso, é recomendável ter ativos de correlação negativa, de modo que haja uma diversificação na carteira de investimentos.

Caso a pessoa tenha uma carteira de correlação positiva, ela corre um risco maior, pois da mesma forma que é possível ganhar muito, dá para perder tudo. Ou seja, apostar tudo em um único tipo de ativo pode resultar em perda total.

Como funciona a correlação nos investimentos

Existe uma escala que varia de -1 (perfeitamente negativa) até +1 (perfeitamente positiva), além da possibilidade do valor ser igual a 0 (neutralidade). Mas, é muito difícil a correlação nos investimentos apresentar esses valores exatos.

A correlação, portanto, é um indicador referencial. Ou seja, serve como um ponto para analisar o histórico de diferentes ativos e encontrar uma relação entre os gráficos. O seu uso está muito presente na análise técnica.

É importante ressaltar, contudo, que a correlação não implica causalidade. Por exemplo, o dólar pode subir enquanto o Ibovespa cai, mas um não é a causa do outro. É a queda da economia brasileira que tem como consequência cada um desses fenômenos.

Método para calcular

Para calcular a correlação nos investimentos, é necessário saber o desvio padrão e a covariância dos dois ativos que estão sendo comparados. Sendo:

Dessa forma, temos: Pxy=?xy/?x*?y.

Veja o passo a passo para calcular manualmente

Sendo ? a média dos retornos, ?xy a covariância, ?x e ?y os respectivos desvios-padrão. É necessário aplicar as seguintes fórmulas para o cálculo:

  1. ?x=X1+X2…+Xn/n-1 e ?Y=Y1+Y2…+Yn/n-1;
  2. ?xy=(Xn-?x)*(Yn-?Y)/n-1;
  3. Variância= (Vn-?v)/n-1;
  4. ?x= e ?y=;
  5. Pxy=?xy/?x*?y.

O resultado deve estar entre -1 e +1, de modo que quanto mais próximo de -1, maior a negatividade da correlação.

Caso esteja mais próximo de +1, esta é mais positiva. Mas, se estiver muito próximo de zero, significa que não há correlação nos investimentos.

Calculando usando o Excel

Como analisar a correlação nos investimentos

Para analisar a correlação entre dois ativos, deve-se verificar os gráficos de cada um deles. Eles representam o comportamento histórico das ações, podendo assim mostrar as tendências de cada uma delas e estabelecer relações entre si.

Qual a sua importância

Depois de entender o conceito de correlação nos investimentos, é crucial saber sua importância e usá-la a seu favor. Esse indicador está associado ao risco de cada carteira de ativos.

Por exemplo, se uma pessoa comprar várias ações com correlação positiva, basta o dólar subir que o Ibovespa cai, fazendo com que ela perca boa parte do dinheiro investido. Assim, reforça a importância de diversificar a carteira.

Nesse caso do exemplo, o ideal seria ter tanto ativos atrelados ao dólar, como os BDR’s, como ações ligadas ao próprio Ibovespa. Assim, como estes são indicadores de correlação negativa, os ativos de cada um deles se comportam de maneira oposta.

Correlação nos investimentos x volatilidade

Quando a volatilidade está alta, a correlação nos investimentos tende a ser positiva. Isto é, quando há um alto desvio-padrão, os ativos tendem a se comportar da mesma maneira.

A volatilidade alta é marcada por períodos de crise. Por exemplo, em 2008, houve uma crise geral na economia mundial, e isso fez com que o preço das ações de todos os segmentos derretessem, apresentando assim uma correlação positiva.

Quais as diferenças?

A correlação se trata apenas do comportamento dos ativos em si, sem levar em conta a variação dos preços. Nesse sentido, o que importa é apenas a comparação.

Por exemplo, dois ativos podem valorizar em 0,5% ou 6% cada. Ainda assim, continuam tendo uma correlação nos investimentos positiva, seja qual for o valor, pois o crescimento e o comportamento serão iguais.

Já a volatilidade é o desvio-padrão, que representa a variação dos preços. Dessa forma, quanto maiores as oscilações no gráfico, maior será ela.

Por que utilizar a correlação nos investimentos?

Muitos alegam que é difícil analisar investimentos por meio de correlações. No entanto, como diz o investidor Harry Markowitz: “tratando-se de finanças, a diversificação é o único almoço grátis”. Ou seja, a correlação é crucial para saber diversificar os ativos.

Outro fator importante é o risco, porque se você tiver dois ativos de correlação positiva, pode ganhar muito ou perder muito. Mas se tiver dois negativos, mesmo que um deles perca valor, o outro tende a ganhar. Assim, há menos riscos nos investimentos.

Por fim, a importância da correlação nos investimentos está associada aos riscos que você terá na sua vida financeira. Portanto, estuda o assunto para ter os melhores resultados.

Imagem de Ahmad Ardity por Pixabay

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